A morte não é o fim: o que vem depois que os olhos se fecham
A morte não é o fim: o que vem depois que os olhos se fecham
Uma das grandes perguntas que ainda não se tem resposta é: o que acontece depois que morremos? Embora não exista um consenso, as religiões trazem diferentes caminhos do que acontece depois.
Por Gabrielle Rodrigues
Uma das grandes perguntas que ainda não se tem resposta é: o que acontece depois que morremos? Embora não exista um consenso, as religiões trazem diferentes caminhos do que acontece depois.
27/11/2020
Por Gabrielle Rodrigues
27/11/2020
Cancelamento virtual e sua NÃO eficácia nos movimentos sociais
Popular e polêmico, a cultura do cancelamento vem dividindo os ativistas no ambiente virtual
Por Handerson Soares
27/11/2020
Atualmente, muito termos têm sido criados por internautas dentro das redes sociais, e um dos mais comentados nos ultimos tempos é o “cancelamento”. A “cultura do cancelamento” ganhou a internet nos meados de 2019 e hoje é um dos mais utilizados pelos internautas, sendo uma forma de ensinar e cobrar aqueles que cometem algum ato preconceituoso, com isso acredita-se em que há um aprendizado por parte do “cancelado”. Contudo, alguns membros de grupos ativistas não acreditam na eficácia desse meio para reeducar essas pessoas que são canceladas.
Com a popularização da internet nos anos 2000, a sociedade pode ter uma real percepção do que era viver em um mundo globalizado e com isso ter acesso a novas culturas. Assim, com o passar dos anos, grupos de minorias que antes não tinham voz, ganharam cada vez mais força no ambiente virtual e encontraram uma forma de se firmar em um ambiente onde seriam ouvidos por aqueles que se identificavam com suas lutas e causas. Os ativistas ou como são chamados nos dias atuais, “militantes", são um dos grandes responsáveis por essa reeducação, e com isso alguns internautas que se indentificam com tais causas, utilizam vários métodos para que pessoas com conceitos e ideias ultrapassadas revejam a forma de pensar, sendo o cancelamento um desses meios.

Foto: Handerson Soares
Os usuários repudiam e sabotam empresas, artistas ou qualquer pessoa que comete algum comportamento inadmissível publicamente. Esse cancelamento acontece com maior frequência na rede social Twitter, onde geralmente usam por meio de uma hashtag para dar uma maior visibilidade ao cancelado do momento. A ativista Giovanna Nunes, formada em direito e ex integrante do movimento Rosa Lilás, fala que o cancelamento virtual pode causar duas reações no “cancelado”, a de rever as atitudes ou de distanciamento. “Se for alguém que está começando a se inteirar dos movimentos sociais, das pautas e comete um deslize e já é cancelada, ela não irá querer fazer parte de um movimento que a excluí sem dar o direito dela aprender direito" fala Giovanna Nunes. Sendo assim, uma ação não tão efetiva para trazer resultado a longo prazo.
Um caso recorrente de cancelamento é do apresentador de televisão Silvio Santos que, desde 2019 vive sendo cancelado por falas machistas, homofóbicas, gordofóbicas, entre várias outras. Um dos vários casos de preconceito que o apresentador cometeu, foi em seu programa “Programa Silvio Santos” no quadro “Jogo das três pistas” onde o apresentador fala três pistas para os participantes acertarem uma palavra, e em um dos casos ele cita três homens homossexuais para serem exemplos da palavra “bicha”, que atualmente é considerado um termo pejorativo e preconceituoso. Esse é um dos casos que vão parar nos trend topics do Twitter e nunca têm resultado, pois o apresentador continua repetindo os mesmos erros.

Infográfico: Handerson Soares. Fotos: Internet
"O cancelamento atual faz com que parte da sociedade viva em sua própria "bolha social" fazendo com que se tenha com mais frequência conclusões fictícias, brigas, preconceito e falta de empatia”
Essa situação é normal nos dias atuais até para quem não é da mídia, como fala a estudante Alice Cristine, que foi cancelada por ser negra de uma tonalidade de pele mais clara e se intitular como preta ou até mesmo quando fez sua transição capilar. “Eu ouvi frases do tipo: ‘Vai fazer transição só porque cabelo cacheado está na moda, né?'. Sendo que é um processo demorado de aceitação consigo mesma” relata Alice Cristine. Cancelamentos errôneos como o ocorrido com Alice, têm a tendência de afastar pessoas que já lutam pela a causa e ainda alimentar o pensamento de que todos os discursos, principalmente o de anti racismo, é apenas “mimimi" (termo usado para desvalidar uma causa). "O cancelamento atual faz com que parte da sociedade viva em sua própria "bolha social", fazendo com que se tenha com mais frequência, conclusões fictícias, brigas, preconceito e falta de empatia.” diz Alice Cristine em relação a esses casos de extremismo.
Atualmente muitos internautas se excedem e aproveitam da militância para ganhar visibilidade em cima das causas, obter likes e acabam passando a visão de algo fútil e desnecessário, tirando a real finalidade do cancelamento. De acordo com o militante Felipe Rosa "A pessoa que se sujeita a esse tipo de coisa, é um ser sem empatia, afinal lutamos diariamente pois sofremos lgbtfobia todos os dias, então não usamos nossas lutas para likes, e sim porque queremos igualdade” diz. Um dos grandes problemas é que na maioria das vezes o cancelado perde o poder da voz, pois em muitos dos casos quem o cancelou é tido como o certo, sendo que a proposta é promover uma conscientização sobre os grupos excluídos. E acaba excluindo um individuo que muitas vezes não possuía a mesma formação e educação de causa que o militante.
"O diálogo de forma pacifica é eficaz, é como na escola, quando não sabemos sobre uma matéria nova e temos a ajuda do professor, assim saímos daquela aula com um novo conteúdo, que antes não sabíamos”
O intuito é positivo e ele pode ter um bom resultado, se feito de maneira correta e abrindo espaço para debate, onde não exista o “juiz” e o “réu”, mas sim alguém para informar e outra para ouvir e reaprender. "O diálogo de forma pacifica é eficaz. É como na escola, quando não sabemos sobre uma matéria nova e temos a ajuda do professor, assim saímos daquela aula com um novo conteúdo, que antes não sabíamos" fala Felipe Rosa. Contudo isso deixa um alerta, apesar do cancelamento não ser uma das formas mais eficazes, não desvalida a intenção de corrigir uma possível ofensa cometida. A necessidade da existência de um "cancelamento virtual” mostra que ainda há o que se mudar em nossa sociedade, pois ainda existem falhas e preconceitos com as minorias. Sendo o papel de todos, rever suas atitudes e se desconstruir de posicionamentos preconceituosos que estão presentes no dia a dia, sem ter a necessidade de ser cancelado nas redes sociais.