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Brechós, o novo de novo

A moda sustentável vem ganhando cada vez mais espaço no nosso dia a dia, mais afinal, você sabe o que significa esse termo e quanto ele pode ajudar nosso meio ambiente?

Por Carolina Morelli
27/11/2020

Também conhecida como eco fashion, a moda sustentável tem como seu foco principal produzir peças de roupas que não agridam o meio ambiente ou pelo menos que diminuam seus impactos ambientais ao serem fabricadas.

O algodão é uma das maiores matéria primas na produção de vestuários no Brasil, o que muitos não sabem é que o algodão necessita de uma grande quantidade de água após ser retirado de seu ambiente natural.

 Para criar um quilo de algodão, é utilizado em torno de 30.000 mil litros de água, ou seja, uma camiseta de algodão usa aproximadamente 2.700 litros, gerando um gasto excessivo de água, esse é só um dos exemplos de como produzir uma simples peça de roupa pode prejudicar o meio ambiente.

Agora que você já sabe o que significa a moda sustentável e como ela é necessária para o nosso meio ambiente, vou te dar uma dica de como você pode ajudar o nosso planeta, sem deixar de estar sempre na moda.

Um dos métodos de compras sustentáveis é a de passar a consumir nos tão conhecidos brechós, que significa “estabelecimento que vende objetos de segunda mão”, começou a aparecer no Brasil no século 19, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro, pelo vendedor ambulante chamado Belchior, que ficou conhecido por vender objetos já utilizados por outras pessoas.

As primeiras lojas de objetos de segunda mão foram criadas na Europa, um dos motivos principais para a abertura dos brechós foi devido à crise da 1ª e 2ª guerra mundial, deixando como marca registrada o preço de menor custo.

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Imagem de uma placa indicando brechó. Foto: Google/Reprodução

De uns tempos para cá, o brechó vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade, encontramos uma infinidade dessas lojas, seja em brechós físicos, online e até grupos no WhatsApp de trocas e vendas, além de uma grande variedade de produtos.

Em uma entrevista feita com Jaqueline Bueno (24), moradora da cidade de Tiete, conta como é ser dona de um brechó online chamado Bazar Black, que foi criado primeiramente com o intuito de ajudar sua situação financeira que segundo ela naquela época não era muito boa, hoje acabou se tornando uma das suas principais fontes de renda.

“No primeiro momento eu criei o Brechó para me desfazer das minhas roupas e por questões financeiras, logo após a abertura do brechó, eu fiquei cada vez mais apaixonada pela parte sustentável e hoje sou totalmente dedicada a reutilizar essas peças”.

Após as peças serem selecionadas e compradas pela a proprietária, a mesma cria um cenário para as fotos, monta looks inspirados nas tendências atuais e publica em suas redes sociais, para que suas clientes possam ver quais peças estão disponíveis.

O método de compra é bem simples, basta digitar no Instagram Bazar Black, escolher sua peça desejada, após definir o que será comprado, basta enviar uma mensagem via direct ou pelo telefone disponibilizado na biografia do perfil e reservar sua peça, como são peças únicas, aconselha-se a entrar em contato com Jaqueline rapidamente para não perder a oportunidade de comprar seu look favorito.

 Além da questão financeira, a brechonista faz um alerta ao consumo consciente de roupas, dando as pessoas a opção de dar nova utilidade aquilo que não serve mais para elas, como consequência, vem tornando a sociedade mais responsável ambientalmente falando, mesmo que inconscientemente.

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Perfil de vendas do Bazar Black. Crédito da foto: Instagram- @bazarblaack/Reprodução

O brechó vem ganhando muitos admiradores, tanto masculino quanto feminino, uma dessas admiradoras é a Luciene Cordeiro (43), da cidade de Cerquilho, estudante de direito que compra em brechós há mais de 10 anos.

“O brechó veio com uma proposta bem bacana e evoluiu bastante, as pessoas estão abrindo a cabeça e vendo que compensa muito mais comprar roupas usadas e de qualidade do que gastar uma fortuna em lojas de roupas novas”, conta Luciane em entrevista.

A estudante também conta que compra com mais frequência em brechós do que nas lojas comuns, pela questão do valor e pela qualidade das roupas, que segundo ela os dois lugares têm a mesma qualidade.

Assim como Luciene, muitas pessoas estão passando a frequentar mais esses estabelecimentos devido à crise que estamos enfrentando, levando a população a se adaptar ao atual cenário que vivemos, aumentando a procura por roupas usadas que são mais acessíveis e diminuindo os gastos em lojas comuns.

Em entrevista com Mariane Módolo (31), da cidade de Cerquilho, dona da loja Fort Fashion, a empreendedora conta que devido a pandemia o fluxo de clientes teve uma grande queda, tornando as vendas mais difíceis, Mariane pensa que os brechós acabaram sendo mais favorecidos devido ao valor baixo das peças vendidas.

“Acredito que os brechós não sejam um concorrente direto das lojas, pois os lojistas procuram vender roupas que estão em alta no momento, porém devido a situação que estamos vivendo, muitas pessoas estão desempregadas, levando as procurar peças mais em conta”.

Seja por gostar de comprar ou por necessidade, o brechó está ganhando seu merecido reconhecimento, onde colabora para a população diminuir gastos com peças mais baratas, tornando fonte de renda alternativa para muitas pessoas, além de contribuir para o meio ambiente.

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